terça-feira, 1 de novembro de 2011

Camarão Blue Pearl - Neocaridina cf. zhangjiajiensis var. blue



Ficha Técnica
Nome Comum em Inglês: Blue Pearl Shrimp
Nome Popular: Camarão Blue Pearl (Azul Pérola)
Nome Científico: Neocaridina cf. zhangjiajiensis var. blue
Origem: Ulf Gottschalk, um criador de camarões na Alemanha
Tamanho macho/fêmea: 2,5 cm / 3 cm
Temperatura da Água: 20 – 30 ºC
Parâmetros da Água: pH 6.5 - 7.5
Taxa de reprodução: alta
Comportamento: pacífico
Dificuldade: Fácil

Caracteristicas:
Esta é uma espécie maravilhosa de se manter e sem dúvida possui uma bela coloração. Este não é um camarão de cor azul escura, é de um azul muito mais claro. Algumas pessoas sugeriram que o Camarão Blue Pearl (Azul Pérola) deveria ser chamado de “Camarão Ice Blue” (Azul Gelo) devido a coloração atraente desta espécie.

O Camarão Blue Pearl é diretamente ligado ao Camarão Snowball (Camarão Bola de Neve). Tanto o Camarão Blue Pearl quanto o Camarão Snowball foram selecionados geneticamente pelo Ulf Gottschalk na Alemanha e derivados do Neocaridina cf. zhangjiajiensis selvagem até atingirem suas respectivas cores. O Camarão Blue Pearl foi reproduzido por um longo período de tempo para vagarosamente expor a coloração azul. Este processo é bem tedioso além de consumir bastante tempo, então devemos apreciar bastante esta espécie assim como o trabalho de seu criador.

Reprodução
A reprodução acontece a cada 2 meses, eles carregam os ovos por aproximadamente 3 semanas. O tempo de formação de cada geração é de aproximadamente 3-5 meses, dependendo da temperatura, pois não haverá reprodução se a temperatura for muito baixa. Reproduzir o Camarão Blue Pearl é muito fácil desde que a água do aquário esteja limpa e não em condições inadequadas; se esta espécie estiver feliz e saudável se reproduzirá rapidamente, quase tão rápido quanto o Camarão Red Cherry. O Camarão Blue Pearl requer, virtualmente, exatamente as mesmas condições que o Camarão Red Cherry , Camarão Amarelo, e Camarão Snowball. Por favor lembre-se que o Camarão Blue Pearl não pode ser mantido com nenhum camarão Neocaridina senão eles vão cruzar e criar híbridos.

Lembre-se que todas as mutações de cor (resultantes de cruzamento seletivo) são reproduzidos para manter suas respectivas cores, então se fizer a reprodução entre as variações com os mesmos genes vai de encontro ao propósito até de criar os que já foram selecionados. Por favor leia o artigo "Estes Camarões Irão Cruzar Entre Si?" para maiores detalhes sobre reprodução cruzada e híbridos. Para mais informações sobre o ciclo de reprodução dos camarões de água doce, por favor leia o artigo A reprodução do camarão de água doce no aquário.

Alguns dos Camarões Blue Pearl apresentarão pontos vermelhos ao longo do corpo, isto acontece por conta da coloração azul não ter se fixado completamente na nova geração e alguma coloração vermelha oriunda da espécie selvagem ainda existir. Mas pontos vermelhos não significam que o indivíduo é um híbrido. Por favor, dê uma olhada na foto abaixo para ver um exemplo dos pontos vermelhos. Entretanto não se surpreenda sobre como sua coloração é maravilhosa se vista pessoalmente, independente de pontos vermelhos. Como a maioria dos camarões, você tem que ver o Camarão Blue Pearl pessoalmente para verdadeiramente apreciá-lo.

Alimentação
É melhor alimentar uma vez ao dia. Apenas sirva uma quantidade de comida que possa ser consumida pelos camarões em 2-3 horas no máximo. Não é bom alimentar em excesso e deixar comida por muito tempo no aquário, pois a superalimentação é uma conhecida causa de morte e pode causar variação na qualidade da água. Lembre-se que na natureza camarões são catadores, eles irão comer tudo o que encontrarem e não são acostumados a ter comida disponível o tempo todo. Deixar de alimentá-los por um ou dois dias é bom e não prejudicará esta espécie. Algumas vezes eu deixo de alimentá-los por alguns dias para que eles limpem o aquário, ajudando assim na qualidade da água.

Sexagem
Sexar o Camarão Blue Pearl é muito fácil, exatamente como outras espécies de Neocaridina como o Camarão Red Cherry, Camarão Snowball, etc. Os ovos do Camarão Blue Pearl são quase sempre acastanhados/verdes e a sela da mesma cor, típico das espécies Neocaridina. Nas fotos abaixo você pode ver como o macho é menor, possui cor azul menos intensa, e o ventre é uma linha reta sem a forma curva. Fêmeas são muitos mais fáceis de identificar pois são maiores que os machos, tem uma cor azul mais escura, além de ter o ventre curvo.

Parâmetros da água
O Camarão Blue Pearl prefere água levemente alcalina com dureza média-alta, mas são como outros da espécie Neocaridina que são facilmente adaptáveis a várias condições. A temperatura pode variar entre 20°C e 30°C. Tenha certeza que tem oxigênio suficiente dissolvido na água caso a temperatura esteja alta.

O mais importante é a filtragem biológica eficiente, com a manutenção dos parâmetros de amônia sempre zerados. Além disso, não toleram o Cobre. Portanto, evite produtos que possuam esse elemento químico.

Por exigirem uma filtragem biológica eficiente, sugerimos o uso de cerâmicas biológicas de qualidade e mídias de filtragem químicas também de boa procedência. Indicamos os produtos da seachem matrix e purigem. Removedores de amônia também são úteis.

Fonte: Camila Barduco - Aquapaisagismo

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Hábitos alimentares dos camarões

Introdução

Este artigo irá refletir um pouco sobre os hábitos alimentares dos camarões em geral, tanto em cativeiro, como na natureza.

Falarei de vários tipos de alimentação, o que comem, os seus hábitos. Irei também tentar abordar ao máximo cada tipo possível de alimentação e comportamentos adoptados por diversas espécies de camarões na natureza e em aquário, passando pelos detrítivoros, algívoros, comensalismo e até pelo canibalismo.

 Camarões como detrítivoros

Detrítivoros são aqueles que baseiam a sua alimentação em restos de animais e plantas em decomposição.
Carcaças de peixes e outros camarões, folhas e caules de plantas mortas são a base da dieta de uma grande maioria dos camarões, especialmente na natureza.

Folhas e troncos caídos em rios ou afluentes habitados por camarões são um pitéu para os mesmos, à medida que se vão decompondo e desenvolvendo fungos. O mesmo sucede com carcaças de peixes, camarões ou outros animais caídos à água.

Um exemplo disto é muitas vezes o fato de se colocarem folhas de árvores em aquários de invertebrados, as quais, para além de beneficiarem a água, constituem uma fonte de alimentação para os camarões.


  
Camarões como necrófagos

Este tipo de alimentação está bastante ligado ao anterior, visto que uma alimentação necrófaga é baseada em carcaças de animais em decomposição, mudando apenas o facto de que esta não inclui massa vegetal em decomposição na sua definição.

Tendo isto em conta, um animal detrítivoro pode ser designado de necrófago, mas um necrófago não pode ser designado de detrítivoro, visto que não consome massa vegetal em decomposição.

Este tipo de alimentação é muitas vezes confundido com o carnívoro pois, ao olho inexperiente, vendo um camarão a canibalizar outro, partir-se-ia do princípio que existiu um ato predatório e que a morte não resultou por doença ou má qualidade da água, mas sim que existiu um ato predatório entre camarões da mesma espécie.


Camarões como canibais

Mais uma vez, este comportamento está relacionado com o anterior, visto que não é necessário existir um ato predatório para existir canibalismo.

Na verdade, o simples fato de um camarão se alimentar de outro camarão morto da mesma espécie já faz dele canibal, independentemente de este ter morrido por outras causas ou de ter sido morto por um camarão da mesma espécie.

Nesta situação pode existir canibalismo, e um ato predatório por parte de um camarão da mesma espécie, mas apenas numa situação “especial”. Quando um camarão recebe uma alimentação deficiente com falta de proteínas ou vitaminas, este tenta descobrir novas fontes de alimentação de onde possa obter as mesmas, recorrendo muitas vezes ao canibalismo, atacando outros indivíduos da mesma espécie com o intuito de complementar a sua alimentação deficiente e assim garantir a sua sobrevivência.

 Camarões como algívoros

As algas são outro constituinte muito importante na dieta de muitos camarões, os quais são cada vez mais usados em aquários plantados para comerem e eliminarem as algas aí existentes. Exemplo disso mesmo é a Caridina Multidentata, vulgarmente conhecida por camarão Amano, dado o seu reconhecimento e divulgação por parte do Sr. Takashi Amano (reconhecido AquaScaper), é frequentemente procurada pela sua eficiência na remoção de algas.

O tipo de algas consumido pelos camarões varia de acordo com os seus habitats naturais, com a sua anatomia, e ainda com a sua preferência que pode variar de alga para alga, passando pelas diatomáceas, filamentosas, etc.

Note-se, no entanto, que as Cianobácterias não são algas, por isso não estão incluídas neste tipo de alimentação.

 Camarões como filtradores

Camarões filtradores são aqueles que possuem uma membrana desenvolvida na ponta das suas patas que se assemelha a uma “rede”. É usada para filtrar a água do aquário, apanhando detritos que circulam na coluna de água. Entre estes detritos podem encontrar-se restos de comida, algas, esporos de algas, microrganismos, etc.

O comportamento dos camarões filtradores é bastante interessante de se observar. Os indivíduos escolhem um local com uma circulação adequada e com pouca iluminação. Estendem as suas patas abrindo as membranas e começam então a colecta de detritos, levando depois as patas, uma a uma, à boca limpando e ingerindo os detritos.

 Comensalismo

Outro tipo de alimentação, muito interessante e um exemplo de um ecossistema equilibrado e funcional, é muitas vezes observado no habitat natural das Caridina Spongicola, as quais possuem uma relação de comensalismo para com as esponjas.

Estas oferecem-lhes tanto proteção como uma alimentação baseada em diatomáceas que se tendem a acumular nas cavidades das mesmas.

Esta relação funciona quase como um convidado à mesa, em que uma espécie aproveita os restos da outra espécie “anfitriã”, sem prejudicar no entanto o seu anfitrião.


Observações

O artigo refere-se única e exclusivamente a espécies de camarões de água doce, podendo, no entanto, haver parecenças com os hábitos alimentares de espécies de água salgada.

O artigo foi escrito baseado na experiência e conhecimentos do autor.

Qualquer falta de pormenores científicos deve-se ao limite de conhecimento de causa.


Bibliografia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Comensalismo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Simbiose

http://pt.wikipedia.org/wiki/Detrit%C3%ADvoro

http://pt.wikipedia.org/wiki/Canibalismo

http://pt.wiktionary.org/wiki/necr%C3%B3fago

http://www.peixefauna.com/invertebrados-f38/caridina-spongicola-t1411.htm

Autor: Hugo Marques Feio

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Camarões e a sua alimentação



Introdução

Cada vez mais as pessoas aderem aos invertebrados como um complemento de cor e vida aos nossos aquários. Neste pequeno artigo irei deter-me a sua alimentação.

Desde muito cedo na nossa vida aquariófila que olhamos para os camarões como um belo complemento estético para os nossos micro-ambientes que recriamos e cuidamos. Preocupamo-nos com as plantas e peixes que mantemos e os camarões são ótimos para comer os restos de comida que os peixes deixam para trás. Mas será que não merecem uma alimentação mais cuidada e direcionadas para eles?

Poderão refletir e chegar à conclusão: Sim merecem. Mas que tipo de alimentação? Poderei colocar umas pastilhas para eles se alimentarem? Sim pode... Mas era capaz de viver uma vida alimentando-se de flocos/cereais? A resposta obviamente é Não!

Costumo variar muito a comida que ofereço aos camarões tenho mantido com sucesso bastante variedade de camarões e outros invertebrados. Atribuo parte do sucesso ao equilíbrio de parâmetros químicos com a alimentação rica e variada. É fácil mas tem que ser um pouco rigorosa.

Noções Básicas e Principais Alimentos

É mais que sabido que matéria em decomposição (detritos vegetais e/ou animal) é uma fonte de Amônia, logo (no estágio final) Nitratos. Algo que queremos evitar ao máximo num aquário de camarões. Por sua vez, dependendo do alimento que se dá, algum tipo deles poderá originar Fósforo, principalmente Fosfatos. Daí a alimentação rica que irei falar deverá ser pouco tempo depois (cerca de 2 horas) seguida da aspiração dos pedaços maiores esquecidos pelos animais.

Existem diversos tipos de alimentos que se podem dar aos nossos camarões:

•De origem Vegetal:
Abóbora
Alface
Brócolos
Cenoura
Ervilhas
Espinafres
Pepino
Spirulina


•De origem Animal:
Artémia
Cyclops
Krill
Larva de Mosquito Vermelha/Negra/Branca
Mysis
Ovas de Lagosta


Pessoalmente uso com bastante sucesso Artémia, Larva de Mosquito Vermelha, Spirulina e Ovas de Lagosta, uma vez que é a mistura que considero mais equilibrada:

A Artémia é sabido por todos que é um dos alimentos preferidos de qualquer animal aquático, seja ele doce ou salgado. Principalmente pelo cheiro ativo e apetitoso para eles.

A Larva de Mosquito Vermelha considero que é a “carne” da comida congelada. Rica em Proteína e Gordura.

A Alga Spirulina é o melhor alimento vegetal que se pode dar aos animais. Seca, é constituída por mais de 65% de proteína, além de ser o organismo não animal com a maior concentração de vitamina B12, essencial na formação do sangue. Infelizmente, no seu estado Puro e Seco é de muito difícil acesso, principalmente devido à dificuldade de cultura. Algumas lojas especializadas têm, mas é muito raro. Caso não se encontre, aconselho pastilhas vegetarianas (para Locarídeos, por exemplo) com a maior concentração possível desta Alga.

As Ovas de Lagosta foram uma surpresa bastante agradável! Minúsculas e com uma tonalidade amarelo vivo foi o que notei maior velocidade de captura por parte dos camarões e peixes. Com um cheiro ativo, rico em Vitamina A, B12, Ferro e Cálcio, pareceu-me o complemento ideal a toda a comida congelada. O seu pequeno tamanho permite espalhar-se pelo aquário facilmente, sendo assim, para aquários de criação é ideal para as pequenas crias que têm fácil acesso a um alimento rico em elementos importantíssimos na constituição do seu corpo.

Todos estes elementos misturados, fazem uma comida apetitosa para os nossos camarões e além de garantirmos uma alimentação rica em todos os elementos necessários à sua dieta, apresentarão certamente melhor cor, atividade geral e consequentemente, se os parâmetros aquáticos o permitirem, uma taxa de natalidade e sobrevivência de crias certamente mais alta.

Quanto à comida em floco ou pastilhas são igualmente importantes. São elas que nos garantem que os camarões não se habituam apenas à comida congelada, e por norma trazem um pouco de tudo o que é essencial. Naturalmente qualquer comida não serve. Uma comida de uma marca especializada ou reconhecida dá-nos tranquilidade com o que colocamos como alimentação. Caso se dirija a uma loja da especialidade, peça para ver as comidas que usam na alimentação, veja a sua textura e tamanho. Se possível, peça para ver a reação dos invertebrados. Por norma não são alimentos caros e duram bastante tempo. Por isso seja generoso e compre uma comida que lhe transmita confiança e garantias de resultados visíveis (Principalmente cor e comportamento ativo).

O ideal será dar comida congelada 2 vezes por semana. Nos restantes dias dar os flocos/pastilhas. Principalmente para não deixar os animais mal habituados ao ponto de recusarem a comida de floco/pastilhas. Isso é algo que nunca se quererá.

Conselhos Práticos

Num pequeno copo, misture um pouco de tudo o que conseguir da lista apresentada acima. Não é necessário muito de cada, certamente depois será muito mais difícil retirar os excedentes. Quando a colocação de todos os “ingredientes” da papa, preferencialmente coloque um pouco água de Osmose, senão água sem cloro chega. Misture de seguida uma comida de boa qualidade para invertebrados. Deixe tudo derreter e envolverem-se homogeneamente. Seguidamente, com o auxílio ou de uma seringa ou algum objeto com a mesma função, sugue a papa e coloque junto à camada de substrato do aquário, devagar para não sujar muito a água. Caso tenha a certeza que tem crias de camarões pelo o aquário, descongele também um pouco só de Ovas de Lagosta juntamente com alguma alga spirulina (muito pouco mesmo). Deixe descongelar, e com bastante cuidado coloque á saída de água do filtro. Isto para garantir que os 2 constituintes mais pequenos da comida chegam aos locais mais escondidos do seu aquário. Por norma é lá que se encontram as crias, naturalmente para se esconderem de eventuais predadores.

Depois de devidamente alimentados (2 horas no máximo) aspire com cuidado as sobras maiores da papa que colocou no substrato. Este acto é bastante importante uma vez que previne a existência de detritos que facilmente originam Nitratos e Fosfatos. Retire o máximo de restos possíveis para uma boa saúde do aquário. No dia seguinte à alimentação faça uma Troca Parcial de Água, só para prevenção.

Apontamentos Adicionais e Reflexões

Obviamente a comida congelada deverá ser dada em poucas quantidades e poucas vezes por semana. Costumo fazê-lo 2 a 3 vezes por semana. As trocas de água são um fator importante para contribuir para um eco-sistema saudável e livre de substâncias poluentes. A comida congelada é uma fonte natural riquíssima em Azoto e Fósforo, dois elementos que, num aquário de invertebrados, são de evitar em concentrações que habitualmente consideramos “normais”. Os invertebrados são animais de pequena estatura e consequentemente muito mais frágeis a variações de parâmetros químicos que existem num aquário que peixes ou plantas. Deveremos ser responsáveis e estar sempre atentos ao que fazemos com o doseamento com a comida, uma vez que uma dose em excesso poderá dizimar uma colónia inteira de invertebrados numa questão de horas.

Com este pequeno artigo tento transmitir um pouco de conhecimento que venho adquirindo por partilha de conhecimentos com outros criadores e por experiência própria. Considero que os invertebrados num futuro próximo serão  animais essenciais a qualquer aquário pela tranquilidade, beleza e comportamento natural.

Gostaria de agradecer a todos aqueles que ajudam o mundo dos invertebrados crescer e ter cada vez mais importância nos nossos aquários.

Experimentem e comprovem com os próprios olhos a diferença de uma alimentação rica e variada!

Autor: Fernando Freire - ShrimpScaping

domingo, 18 de setembro de 2011

Os primeiros aquários


A primeira aquariofilia a ser feita, não foi com um intuito de ser um hobby, mas de servir de viveiros para manter os peixes para alimentação. A aquariofilia tornou-se um passatempo quando, por curiosidade, se decidiu isolar espécies de coloridos invulgares e reproduzi-los selectivamente. Na China, os primeiros aquariófilos começaram por criar ciprinídeos em quantidades enormes, não apenas com cores mais vivas, mas também com adaptações específicas no corpo e nas barbatanas. No século XVI, os coloridos ciprinídeos eram introduzidos no Japão. Ao longo dos cem anos seguintes foram-se espalhando pela Europa e por volta de 1900 o peixe-vermelho chegou à América.

Foi provavelmente no início do século XIX que surgiram os aquários que hoje conhecemos. Até então, só há registos de peixes criados, durante alguns anos, em frascos de vidro. O ponto decisivo deu-se em 1850, quando um tal R. Harrington apresentou um relatório à Chemical Society de Londres, Inglaterra, descrevendo a forma como conseguia manter com êxito um aquários. Ocaso despertou grande interesse e lançou a aquariofilia como um passatempo que se tornaria muito popular.

Em 1852, a London Zoological Society, iniciou a construção do primeiro aquário público, inaugurado no ano seguinte. Seguiu-se um segundo nos Zoological Gardens de Surrey, também na Inglaterra, antes de surgirem por toda a Europa grandes aquários públicos de água doce, exibindo exemplares nunca vistos, admirados por filas intermináveis de visitantes curiosos.

Os primeiros aquariófilos amadores mantinham apenas peixes indígenas. Nas cidades costeiras, tentava-se a criação de espécies marinhas, enquanto no interior praticamente todas as espécies de água doce era mantidas em cativeiro. Embora os peixes de água doce fossem, em geral, mais acessíveis e populares, os livros sobre peixes escritos na época tratavam sobretudo de peixes marinhos de águas frias. 
Muitas das plantas aquáticas locais descritas nesses volumes são hoje raras, uma prova lamentável dos efeitos a longo prazo da poluição dos nossos cursos de água. Ter um aquário em casa depressa se tornou moda em Inglaterra Vitoriana. Como não havia tanques já prontos à venda, publicavam-se livros com instruções detalhadas sobre como construir um aquário. Essas estruturas eram, em geral, mais decorativas do que funcionais. Num dos modelos clássicos, a parede da frente era de vidro e as outras de madeira (um revestimento de alcatrão tornava-a estanque) ou ardósia. Havia à venda diversos recipientes e campânulas de vidro, mas os aquários era em geral longos e feitos à mão, encaixados num nicho para poderem ser vistos facilmente.


O entusiasmos pela criação de peixes, levou os aquariofilistas a construírem tanques de todos os feitios



Em pouco tempo, a aquariofilia transformou-se num desafio, não só à imaginação do público como também à dos entusiastas interessados em manter aquários cada vez mais ambiciosos. Em 1857, H. Noel Humphreys publicou Jardins em Oceanos e Rios – História dos Aquários de Água Doce e Salgada, onde afirmava: Um dia teremos aquários tropicais, onde a temperatura e características dos mares dos trópicos serão reproduzidas com êxito”.

Princípios Básicos

O perspicaz Humphreys não só previu a invenção do aquecedor e do termostato, que permitiriam expandir gradualmente a gama de criaturas possíveis de manter num aquário, como foi, também, um dos primeiros a reconhecer a importância da química na criação de peixes. Além disso, reconheceu um princípio que ainda hoje é, muitas vezes, ignorado pelos aquariófilos – o factor crítico do nível de ocupação. Comentando o aquário de um amigo, declarou:” Embora o seu interessante tanque não parecesse demasiado povoado, ele veio a descobrir que ultrapassara o limite de ocupação e que as criaturas não conseguiam adaptar-se a viver numa área de dois centímetros quadrados para cada indivíduo”. Tal como Humphreys previa, o aquecimento, a iluminação e o sistema de filtragem foram gradualmente introduzidos, embora de início fossem muito rudimentares. Muitos dos primeiros tanques tinham o fundo em ardósia e eram aquecidos por baixo através de um pequeno queimador. Com o aparecimento de aquecedores e termóstatos mais sofisticados, os aquários passaram a ser construídos com vidro e uma estrutura metálica.


Novos Métodos


À medida que o equipamento se desenvolvia e melhorava, os aquariófilos começaram a procurar variedades diferentes de peixes. As pessoas começaram a cansar-se das espécies indígenas, pouco interessantes, normalmente disponíveis. Um dos raros peixes não locais mencionados nos primeiros livros sobre aquários é o peixe-vermelho: uma publicação norte-americana de 1858 e uma obra inglesa datada de 1890 notam que, embora considerado uma espécie de água fria, o peixe-vermelho ocorre nos climas quentes e sobrevive a uma temperatura de 27 ºC. O interesse pelos aquários reacendeu-se com a introdução dos coloridos peixes tropicais, como o peixe-paraíso, que se popularizou na Alemanha por volta de 1876 e de que há registo na Inglaterra em 1890. Desde então, a aquariofilia não parou de se desenvolver. Surgiram sociedades aquáticas, organizaram-se exposições e concursos. Esses eventos angariavam novos entusiastas e o passatempo foi florescendo, mesmo durante os anos austeros da Segunda Guerra Mundial. Nessa altura, era impossível manter aquários de água salgada, visto que esta corroía as estruturas metálicas, produzindo toxinas fatais para as espécies marinhas. Para combater esse problema, as estruturas passaram a ser galvanizadas, dotadas de um revestimento especial ou feitas de aço inoxidável. A verdadeira revolução deu-se, porém, com o aparecimento da cola de silicone, nos anos sessenta. Permitiu que se construísse, pela primeira vez, aquários todos de vidro, numa variedade de tamanhos e formas. Os tanques podiam agora ser facilmente deslocados, sem correr o perigo de partir a massa que unia as placas de vidro. As estruturas tornaram-se oboletas, embora muitas vezes se acrescentassem umas de plástico, por motivos decorativos.

Aquários Modernos

Nos nossos dias, o acrílico substitui o vidro na construção de aquários de formas invulgares, como os hexagonais. Como esses tanques “inovadores” são cada vez mais económicos e os fabricantes produzem plásticos mais resistentes e duráveis, os aquários em acrílico são hoje uma alternativa esteticamente aceitável e muito mais leve do que o vidro. Os velhos aquários com arestas de ferro foram trocados por recipientes bonitos e práticos, que combinam com qualquer estilo decorativo. Aquecimento, iluminação, filtro e sistema de ventilação, foram também melhorados, proporcionando maior segurança e eficiência. Além dos progressos no equipamento, muitas espécies de peixes foram condicionadas de modo a apresentarem barbatanas mais longas, coloridos mais vivos e formas de corpo diferenciadas (reprodução selectiva que é muito discutível do ponto de vista ético). Existe hoje uma preocupação crescente com o bem-estar dos peixes em si, e com as espécies aquáticas. Muitos zoos e aquários públicos adoptaram programas de criação em cativeiro de espécies ameaçadas, em geral auxiliados por reputados aquariófilos particulares. Assim, tem-se tentado preservar a vida aquática e alargar os nossos conhecimentos acerca deste mundo fascinante.

Piscicultura Moderna

Os piscicultores de hoje possuem meios que os ajudam a estudar as condições de vida e de reprodução dos seus peixes. Um maior conhecimento possibilita que os peixes se reproduzam em grandes quantidades com objectos comerciais, permitindo que as reservas naturais se mantenham intactas. Ainda que muitos peixes de água doce já se reproduzam em cativeiro, a reprodução dos peixes marinhos continua em fase experimental. Contudo, os aquariofilistas devem estar informados sobre o modo de recolher peixes do seu mundo natural. O Cianeto, por exemplo, pode ser utilizado para captura de peixes de recifes, ainda que as condições do seu transporte sejam difíceis. Faz pouco sentido comprar um exemplar que não se adapte à vida do aquário, o que acontece muito com peixes marinhos. Felizmente muitos países começam a regulamentar ou proibir exportações de certos peixes para aquários, até que os seus habitats e stocks se restabeleçam.

Fonte: clientes.netvisao.pt/pedrogam/historia.htm (27 Junho 2011)

sábado, 17 de setembro de 2011

Caridina cf. cantonensis “Tiger”






 Ficha Técnica 

Nome Popular: Camarão Tigre
Nome Científico: Caridina cf. cantonensis “Tiger”
Origem: China
Ph: 6.5 a 7.5
Temperatura: 17ºC a 27ºC
Tamanho em Adulto: Machos até 2,5 cm Fêmeas até 3,5 cm

Alimentação: algas, pastilhas de algas, alimentos natural e artificial contendo carotenóides, Artêmia, comida para peixe.

Reprodução: Fêmea carrega cerca de 50 ovos durante que acabam por eclodir após cerca de 4 semanas. Os camarões jovens nascem completamente formados. Atingem o estado adulto com cerca de 3-4 meses. A fêmea consegue formar novos ovos 1 semana após a postura anterior. 

Aparência: Apresentam 5 riscas escuras no corpo. As 2 primeiras estão viradas para a frente, enquanto que as 3 restantes estão viradas para trás. A cabeça e a cauda apresentam frequentemente uma coloração alaranjada. As fêmeas são maiores, e têm um abdómen mais pronunciado que os machos.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Neocaridina heteropoda var. yellow



 Ficha Técnica 

Nome Popular: Camarão Amarelo
Nome Científico: Neocaridina heteropoda var. yellow
Origem: Japão
Ph: 6.5 a 7.5
Temperatura: 22ºC a 28ºC
Tamanho em Adulto: Machos até 2 cm Fêmeas até 3 cm

Alimentação: algas, alimentos artificiais com espirulina, alimentos natural e artificial contendo carotenóides, Artêmia, comida para peixe.
 
Reprodução: Fêmea carrega os ovos durante 1 mês. Os ovos têm uma tonalidade Amarela. Os camarões jovens nascem completamente formados, podem nascer 25 de cada vez. Atingem o estado adulto com cerca de 2-3 meses.

Aparência: Apresentam uma cor amarela. As fêmeas têm uma coloração mais intensa.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Caridina cf. cantonensis var. Tiger Blue




 Ficha Técnica 

Nome Popular: Blue tiger
Nome Científico: Caridina cf. cantonensis var. Tiger Blue
Origem: Southern, China
Ph: 6.0 a 7.5
Temperatura: 18ºC a 24ºC
Tamanho em Adulto: Machos até 2,5 cm Fêmeas até 3,5 cm

Alimentação: algas, pastilhas de algas, alimentos natural e artificial contendo carotenóides, Artêmia, comida para peixe.

Reprodução: Fêmea carrega cerca de 50 ovos durante que acabam por eclodir após cerca de 4 semanas. Os camarões jovens nascem completamente formados. Atingem o estado adulto com cerca de 3-4 meses. A fêmea consegue formar novos ovos 1 semana após a postura anterior.

Aparência: Apresentam 5 riscas escuras no corpo. As 2 primeiras estão viradas para a frente, enquanto que as 3 restantes estão viradas para trás. A cabeça e a cauda apresentam frequentemente uma coloração alaranjada. As fêmeas são maiores, e têm um abdómen mais pronunciado que os machos.